24.4.12

“A décima foi anunciada não como merenda, coisa que lembraria figos, mas já como party, ajuntamento que falava festa, doces gestos (…)” 
E era assim que se chamaria a partir de então, Party!!! A esta altura do campeonato, penso que a diferença está à vista: as merendas faziam lembrar o tempo das ceifas, os dias a trabalhar de sol a sol, a canseira que era trabalhar a terra, a pobreza da própria refeição. 
“Lembrava a era do trabalho sem hora, de sol a sol, o calor a dar nas abas do chapéu de uma pessoa como uma bofetada de luz”. 
As partys não!!! As partys eram os encontros igualmente bucólicos, sim, mas de mulheres e homens bem vestidos, cuidados, lembrando a nobreza.
 “As mulheres tinham vestido saia comprida (…)algumas com folho e fitilho (…) xaile com cadilho de fio brilhante”.
“Os homens vestiam camisas de xadrez e punham cachimbos que sugavam nos cantos das bocas (…)”

Agora então não resta sobra de dúvida: Meus caros, estamos a falar de encontros ociosos, de gente “aparentemente” nobre… e por isso toda e qualquer ligação com a palavra “merendas” teria para eles uma grande carga de sentido pejorativo!!!

Deste modo, “partys” seria um conceito totalmente “in”, quo elevasse ao expoente máximo da alta sociedade.

Liderando este grupo das partys, destaca-se um homem chamado Sebastião Guerreiro, comicamente apelidado de Sebastião Cagaça. Ele é quem os conduz ao Hotel Alguergue para trabalharem nos serviços subalternos.