21.5.12

ABRAÇO – TUDO O QUE TEMOS, O QUE SOMOS, O QUE FAZEMOS, A VOZ QUE OIÇO…







"QUANDO LEIO, HÁ UMA VOZ QUE LÊ DENTRO DE MIM. Paro o olhar sobre o texto impresso, mas não acredito que seja o meu olhar que lê. O meu olhar fica embaciado. É essa voz que lê. Quando é séria ouço-a falar de assuntos sérios. Às vezes sussurra-me. Às vezes grita-me. Essa voz não é a minha voz. (...) A voz que ouço quando leio existe dentro de mim, mas não é minha. Não é a voz dos meus pensamentos. A voz que ouço quando leio existe dentro de mim, mas é exterior a mim. É diferente de mim. Ainda assim, não acredito que alguém possa ter uma voz que lê igual à minha. Mas, claro, não posso ter a certeza absoluta. Não só porque uma voz é indiscritível, mas também porque nunca ninguém me tentou descrever a voz que ouve quando lê e porque eu nunca falei com ninguém da voz que ouço quando leio"…