4.6.12

6º Dia


“Mas não há para ti, para os amantes
Sono plácido, e mudo:
Não dorme a fantasia, Amor não dorme:
Ou gratas ilusões, ou negros sonhos
Assomando na ideia espertam, rompem
O silêncio da morte.”


Manuel Barbosa du Bocage, À Morte de Inês de Castro http://purl.pt/1276/1/poemas.html

Quer dizer então que estou salva?” “Estás sim, meu amor.”
Estarei a sonhar? ”Quando menos espera, surge D. Pedro que regressa após uma longa ausência.
Dona Inês descreve a forma apaixonada e arrebatadora como vivem este reencontro, não se coibindo de referir as práticas sexuais deste e de outros encontros, também eles muito fogosos.
Questionada por Pedro sobre o motivo pelo qual está a chorar, Inês  apresenta-lhe as suas preocupações “ Sou apenas uma alma perdida, fechada num corpo de mulher. Nunca verei a minha dignidade consagrada aos olhos de Deus (…) como é de direito a uma esposa legítima, nunca usarei a coroa de rainha, nunca terei os súbditos ajoelhados a meus pés nem assistirei à coroação do meu primogénito.”
Pedro sossega-a, dizendo-lhe que tudo está nas suas mãos e que finalmente poderão casar. Jura-lhe ainda que será rainha de Portugal e apresenta como justificação da sua ausência a necessidade de se assegurar das boas intenções do pai, visto que não confia nele.
Teresa, aia de Inês, confessa o amor que sente por Pedro e os ciúmes que sente desta. Afirma também que foi por causa destes que fez chegar aos ouvidos da rainha D. Brites que Pedro e Inês eram amantes.
Termina fazendo um retrato das mulheres e da forma como estas utilizam os seus atributos físicos e a sua astúcia para conseguirem o que querem.