Entretanto, hoje temos uma readaptação dramática e profunda nos moldes desses profissionais. Um jornalista, por exemplo, precisa ter visão de negócio, entender de programação ou até mesmo ter avançadas noções de marketing tradicional. A complementaridade de funções designadas a um único profissional foi imposta pelo mercado, absorvido naturalmente por muitos e ainda debatido por muitos céticos.
Porém, o que mais difere esses dois contextos é o fato de que mesmo com a multidisciplinaridade dos profissionais de agora, seus campos de especialização devem ser mantidos em uma linha constante de foco. Não é porque incorporamos muitas habilidades que devemos atuar em dezenas de segmentos de forma simultânea.
Posições e riscos desnecessários
Um dos maiores desafios do jornalista digital é manter o foco na linha de frente. Atuar com dezenas de vertentes e conservar a produção de conteúdo de forma estruturada podem ser um grande entrave para muitos profissionais que não se adaptam de forma tão natural às novas ferramentas digitais. O principal pilar, aqui, é saber a hora de parar o que está fazendo e assumir que a criação tomou conta do criador. Quem mandana informação ainda é o jornalista, não a ferramenta. Por isso, um grande diferencial para o jornalista é utilizar diferentes ferramentais digitais para produzir um conteúdo jornalístico de qualidade de forma focada, sem correr o perigo de se perder dentre tantos tentáculos. Não é porque o nosso campo de atuação foi maximizado que temos que assumir posições e riscos desnecessários, principalmente quando a propriedade do conteúdo produzido pode ser prejudicada.In Observatório da Imprensa, por Cleyton Carlos Torres