Lídia Jorge nasceu em Boliqueime, Algarve, em 1946.
Licenciou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, tendo sido professora do Ensino Secundário.
O seu romance O Cais das Merendas (1982), foi distinguido com o Prémio Literário Cidade de Lisboa.
Este romance, desenvolvido em torno dos temas da identidade e da aculturação, é uma narrativa poética, teatralizada, em que as personagens rurais, confrontadas com o mundo exterior, dão testemunho da sua intimidade, seus medos e desejos.
A acção desenrola-se à beira-mar, numa praia do Sul de Portugal, girando as figuras em torno de um pólo central, um hotel ocupado durante a época alta por turistas de várias nacionalidades, e completamente despovoado durante os meses de Inverno.
Assim, é nos momentos em que o hotel fica vazio que sentem necessidade de recorrer às parties, aos barbecues e às nocturnas, que substituem as ultrapassadas merendas, onde se embriagam e dão largas aos sentimentos mais profundos fazendo desfilar os seus medos, as suas inseguranças, os seus desamores, as suas desilusões...