“Mas não há para
ti, para os amantes
Sono plácido, e
mudo:
Não dorme a
fantasia, Amor não dorme:
Ou gratas
ilusões, ou negros sonhos
Assomando na
ideia espertam, rompem
O silêncio da
morte.”
Manuel
Barbosa du Bocage, À Morte de Inês de Castro http://purl.pt/1276/1/poemas.html
“Quer dizer então que estou salva?” “Estás
sim, meu amor.”
“Estarei a sonhar? ”Quando menos espera, surge D. Pedro que
regressa após uma longa ausência.
Dona Inês descreve a forma apaixonada e arrebatadora como vivem
este reencontro, não se coibindo de referir as práticas sexuais deste e de
outros encontros, também eles muito fogosos.
Questionada por Pedro sobre o motivo pelo qual está a chorar,
Inês apresenta-lhe as suas preocupações
“ Sou
apenas uma alma perdida, fechada num corpo de mulher. Nunca verei a minha
dignidade consagrada aos olhos de Deus (…) como é de direito a uma esposa
legítima, nunca usarei a coroa de rainha, nunca terei os súbditos ajoelhados a
meus pés nem assistirei à coroação do meu primogénito.”
Pedro sossega-a, dizendo-lhe que tudo está nas suas mãos e que
finalmente poderão casar. Jura-lhe ainda que será rainha de Portugal e
apresenta como justificação da sua ausência a necessidade de se assegurar das
boas intenções do pai, visto que não confia nele.
Teresa, aia de Inês, confessa o amor que sente por Pedro e os
ciúmes que sente desta. Afirma também que foi por causa destes que fez chegar
aos ouvidos da rainha D. Brites que Pedro e Inês eram amantes.
Termina fazendo um retrato das mulheres e da forma como estas
utilizam os seus atributos físicos e a sua astúcia para conseguirem o que
querem.