3º Dia
“Um grande amor nunca é espontâneo”
Agustina
Bessa-Luís, Adivinhas de Pedro e Inês
Inês salienta a forte relação de amizade e confiança que mantem
com as suas criadas, Remédios e Clara, a quem confia os filhos e refere-se
também à história de amor que ambas vivem.
Confessa que aceita com mais facilidade o amor físico entre duas
mulheres “… do que a penitência de uma vida que nega o prazer carnal por amor
Divino”.
“Tu és aquela que amo, nunca haverá outro amor assim…”
É deste modo que inicia o relato da sua relação com D. Pedro e de todas
as histórias de amores e desamores por eles já vividas e termina dizendo “… conhecer
o amor de um homem como aquele que Deus me concedeu através de Pedro é uma
sorte tão rara…”
Remédios, aliás Jala, uma moura, conta em breves páginas toda a
história da sua vida, desde as suas origens até se tornar confidente de D.
Inês.
Termina fazendo um novo presságio sobre o futuro da ama “Pobre
dama, a quem a vida já deu tudo, para agora tudo lhe tirar”.