Esta
narrativa, estruturada em dez capítulos que giram em torno de um grupo composto
de homens e mulheres, aborda a forma como estes se interrelacionam e interagem
com sua identidade portuguesa. No seu decorrer assistimos a uma situação de alienação
e de crise de identidade que parece marcar a vida dos portugueses nos dias atuais.
Todas
as personagens da obra são pessoas trabalhadoras que, presas à produção agrária,
rumam em direção ao litoral, motivadas por novos e grandes empreendimentos, daí
o conceito de merenda, descanso breve entre as lidas rurais, trazia à memória
daquele grupo, um passado miserável e por isso deveria ser esquecido, enterrado.
A
party, por oposição, representava a bonança, o tempo de fartura.
A fim de escaparem da rotina do trabalho na
terra, o grupo observa na construção do Hotel Alguergue oportunidade especial
de mudança, contudo, a espera pelos turistas sempre por chegar, transporta-os
para um plano de inercia e inacção permanente.
Há
até quem diga que esta espera se relaciona com o mito sebastianista… já que em
ambos os casos, alguém aguarda a chegada de alguém que virá resolver os seus
problemas.