Aveiro 19 de
dezembro de 2011, 18:29H, Livraria Bertrand (Fórum
Aveiro).
Entrámos os
dois ao mesmo tempo na livraria, José Luís
Peixoto chega tranquilo, com as
mãos nos bolsos e com o seu jeito meio
tímido, sorriso terno e um punhado de histórias para contar.
Começou por
referir que este livro nasceu das colaborações que fez ao longo destes anos na
imprensa. Viu os textos a crescer e sempre teve a ideia de que um dia haveria de
os organizar de alguma forma – “os que continuavam a merecer ser lidos”.
Achou que agora era o momento, já tinha uma quantidade muito boa de textos e que
podia fazer uma escolha. Dentro das diversas naturezas que existem neste livro,
o que fazia para ele mais sentido era fazer uma organização que acompanhasse a
narrativa memorial que estes textos que têm como eixo a sua história pessoal
(que vai desde a sua primeira memória, com quatro anos, até a coisas que
aconteceram atualmente) os seus filhos de 6 e de 14 anos e ele próprio de 36
anos - estas idades acabam por ser muito importantes e ajudaram-no a levantar a
grande tenda que é a sua vida.
Resumindo, ao
contrário do que se possa pensar e de que eu própria pensava, “Abraço” não é um
livro de crónicas. “Abraço”, junta textos
dispersos e oferece-lhes uma narrativa. Os
textos são ligados por um fio condutor que
é o da sua própria vida. Dez anos de escrita que se pretende útil: entre ficção
e realidade – “as palavras devem fazer bem as quem as lê, porque chegam para
lá do que é visível”.
O
livro assenta muito nos conceitos ‘família', ‘paternidade', ‘amor' e
‘morte'...