Desde a sua primeira memória aos
quatro anos, “A PRIMEIRA RECORDAÇÃO QUE
TENHO é demasiado inconcreta. Lembro-me de pensar: «Tenho quatro anos.» (…)
Comigo também é assim. (…) Não me lembro do sítio onde estava. Lembro-me do meu
corpo pequeno e lembro-me de saber que existia.”
“OS
MEUS AMIGOS ANDAVAM TODOS comigo na escola. No primeiro dia em que fui à
escola, com seis anos acabados de fazer, foi a minha irmã Anabela que me levou.
A maioria dos alunos ia com a mãe. Eu fui com a minha irmã Anabela. (…) Quando
entrámos na sala, olhámos para todos os lados. Éramos tímidos ou tínhamos
vergonha.” É curioso que todos nós comportamos da mesma forma quando
começamos uma nova etapa, quer tenhamos 6 anos e iniciamos a escola primária,
quer seja no nosso primeiro dia de trabalho… acho que nunca muda o nervoso
miudinho de não saber o que nos espera, das pessoas novas que vão “entrar” na
nossa vida. A mudança assusta qualquer um, mesmo que seja uma boa mudança,
mesmo que saibamos que é melhor para nós. Por isso mesmo, é sempre de louvar os
que não se acomodam e lutam por mais e mais!
As
conversas com os filhos “- ANDRÉ, DEIXA OS BRINQUEDOS. Está na hora de ires dormir.
-
Porquê, pai?
-
Porque já é tarde (…) Porque os meninos, e todas as pessoas, têm de descansar.”
“SOU
O TEU PAI, Quando te seguro ao colo, entro no teu olhar, passo-te os dedos
pelas faces e sinto que também eu tenho duas semanas porque uma parte de mim
nasceu contigo há duas semanas.”
Quando falas como pai, simplesmente
revejo-me no meu papel de mãe!
Quando falas como filho, comoves-me
e fazes-me senti-me como se fosses meu irmão…